feminilidade
O que fizeram com os gêneros?
Entender a ideologia de gênero, bem como a própria questão de gênero, é entender um processo de desconstrução das questões mais básicas da existência humana e dos fundamentos das estruturas sociais mais básicas da sociedade.
O próprio surgimento do conceito de gênero já estabelece uma diferenciação entre biologia e construção social. Gênero é a ideia de que os significados historicamente conhecidos e estabelecidos como masculinidade e feminilidade não passam de mera construção social que em nada tem relação com sexo biológico. Ideologia de gênero é a ideia subsequente de que não se deve impor um significado de masculinidade ou feminilidade à ninguém baseado em sua realidade fisiológica.
Se você achava que o feminismo já era um mal irremediavelmente grande para a família, certamente não poderia imaginar quão pior as coisas poderiam ficar. Enquanto movimentos como o feminismo ainda sustentam a heteronormatividade ao defenderem e levantarem a bandeira de uma essência feminina (desde que o conceito de feminilidade 'culturalmente imposto pelo patriarcalismo' seja reconstruido pelas próprias mulheres), os movimentos atuais relacionados à questão de gênero vão além, propondo uma completa desconstrução dessa heteronormatividade, propondo o fim do conhecimento óbvio, natural e histórico de que a humanidade existe em dois gêneros distintos e sexualmente complementares e apregoando que não há essencialmente nem o feminino nem o masculino, mas cada indivíduo é essencialmente neutro – principalmente no que diz respeito às interações sexuais, negando qualquer espécie de norma sexual. É o que defendem os pensadores da teoria queer, que se dedicam às questões das práticas sexuais LGBT e querem naturalizá-las.
A teoria Queer (teoria do estranho, do anormal) nasce no pós-estruturalismo e condena o estabelecimento de qualquer estrutura ou modelo, pois as estruturas sempre excluem aqueles que não se enquadram nela. Propõe o fim do normal, porque o normal sempre pressupõe um anormal (queer) e o exclui. Também nega a existência de qualquer tendência ou inclinação natural. Assim, apregoa o fim da heterosexualidade como normal ou natural defendendo que a heteronormatividade é uma invenção cultural e que a heterossexualidade tem sido historicamente imposta compulsoriamente sobre as crianças mesmo antes de nascer. Dessa forma, defende a neutralidade de gêneros (gênero neutro) e uma educação neutra que se expressa numa educação sexual com ênfase na pluralidade, na construção individual e na liberdade de interações sexuais. Por mais que a teoria pregue a liberdade e a pluralidade das expressões sexuais, acabam por atacar frontalmente a expressão heterossexual como forma de fortalecer a expressão homossexual (ditaduta homossexual).
As consequências da descontrução do gênero vão além do fim da essencialidade da masculinidade e da feminilidade e da destruição da família tradicional. A desconstrução do gênero coincide com a desconstrução e negação de paradigmas, regras ou de qualquer ideia de normatividade e sua consequência inevitável é o desenvolvimento e defesa de uma moral aberta, caracterizada pela imposição da aceitação de qualquer tipo de conduta sem julgamentos e pela cauterização sistemática da mente com relação às noções de certo ou errado, moral ou imoral. Acima de tudo, é um ataque frontal a todos os absolutos e, como consequência principal, a desconstrução e negação de Deus.
Ao percorrer o caminho da (re/des)construção das certezas sexuais elementares, a humanidade caminha também para a maior crise moral e de identidade, onde as certezas mais básicas são destruídas e todo e qualquer paradigma, ideal ou modelo é negado e ridicularizado.
Renata Veras
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