"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus."
1 Coríntios 10:31
1 Coríntios 10:31
"Desejar parecer com uma modelo é um objetivo ímpio e fútil para a mulher cristã. Rejeitemos a partir de agora este pensamento mundano. Coloquemos de lado a crença de que ser magra é sinônimo de prazer e felicidade”.
Elyse Fitzpatrick
Elyse Fitzpatrick
“Colocar o cuidado com o nosso corpo na perspectiva correta gera disciplina piedosa, contentamento e liberdade para desfrutar da vida que Deus tem para nós e para agradar e receber a aprovação de Deus”.
‘Deus nunca ordenou que fôssemos magras’ - a leitura desta frase em um livro motivou a escrita deste texto. A minha luta contra a balança tem sido sempre tão sofrida que a frase soou como uma verdade libertadora e me fez perceber que o principal problema e a principal fonte para o descontentamento e o sentimento de inadequação de muitas de nós está longe de residir no número da calça jeans, mas dentro do coração.
Não quero fazer apologia à obesidade ou à gordura, que são questões de saúde pública, mas dar alívio e libertar muitas de nós da escravização pelo padrão demasiadamente elevado de imagem corporal que tanto nos causa ansiedade.
Deus ordenou que fôssemos saudáveis, que cuidássemos do nosso corpo, mas não que perseguíssemos o padrão de beleza e de magreza das passarelas internacionais.
Não há nada que as mulheres busquem mais que o corpo ‘perfeito’. Consciente ou inconscientemente lutam freneticamente contra a balança e contra o espelho como quem luta pela própria felicidade.
Elyse Fitzpatrick em seu texto Aconselhando as mulheres que comem demais e as que praticam bulimia destaca bem esta realidade quando diz:
“Muitas empresas procuram criar um mercado para seus produtos, a fim de atacar continuamente o público com descrições da ‘mulher ideal, feliz’. Ela é sempre muito magra. O que eles não nos dizem é que a maioria de nós jamais se parecerá com uma modelo, mesmo que façamos regime e exercitemo-nos continuamente. Desejar parecer com uma modelo é um objetivo ímpio e fútil para a mulher cristã. Rejeitemos a partir de agora este pensamento mundano. Coloquemos de lado a crença de que ser magra é sinônimo de prazer e felicidade”.
Se a questão da magreza te deprime, te escraviza, toma demais de seus pensamentos, tempo e esforços, se o fato de não chegar ao peso ideal te faz perder o prazer de viver e de conviver com outras pessoas preciso te dizer que seu problema maior não está no número do seu manequim, mas no seu coração.
Se você se enquadra nessa realidade quero também dizer pra você que Deus não estabeleceu um número de manequim ou um peso máximo que as mulheres que desejam ser piedosas devem observar. Saber isso pode ser um verdadeiro alívio para muitas de nós. Mais do que no seu índice de massa corporal, Deus está interessado no seu coração, em suas motivações. Porque você come demais? Porque você come de menos?
É bem interessante como Elyse coloca essa verdade na perspectiva correta:
“Pense um pouco – não há mandamento para nos conformarmos à imagem de uma modelo da moda feminina. Deus nunca ditou qual tamanho que é piedoso. Ele nunca disse que pesar mais de 70 quilos é uma maldição. Deus não se preocupa com o nosso tamanho – exceto no que ele revela do nosso coração”.
Devemos cuidar de nosso corpo em obediência a ordem de Deus, mas a preocupação com a magreza de que falo aqui vai além do zelo com saúde ou obediência ao Senhor. Não há nada de errado em querer perder uns quilinhos para ficar mais bonita desde que esse desejo não nos escravize ou tire nossa alegria de viver. Tudo, até mesmo essa área de nossa vida deve ser submetido ao Senhor. Nosso coração e nossa mente devem ser mantidos cativos ao Senhor e o nosso desejo maior deve ser glorificar a Deus através do nosso corpo.
Apesar de poder ser um desejo piedoso, na busca algumas de nós chegam a se tornar obcecadas pelo corpo e consumidas pelo desejo de ficarem magras e condicionam sua alegria e sucesso pelo peso marcado na balança.
A preocupação excessiva com a imagem muitas vezes nasce de motivações erradas e pode chegar ao extremo de transtornos como a bulimia e a anorexia. Na maioria dos casos não chegam tão longe, mas são igualmente prejudiciais e escondem pecados que devem ser confrontados.
Algumas motivações erradas para querer emagrecer que trazem peso e tristeza à nossa vida:
•Inveja – preciso ser magra para ser tão bonita quanto a pessoa que admiro
•Sensualidade – preciso ser magra para que os homens me desejem
•Aprovação – preciso ser magra para que as pessoas gostem de mim
•Descontentamento – preciso ser magra para ser feliz
É bem verdade que muitas de nós precisam lidar com o pecado da gula, da preguiça, da indisciplina, da falta de autocontrole. Mas devemos ter o cuidado para não trocar esses pecados pelos pecados da obsessão pela vaidade, desejo de aprovação e falta de contentamento. Devemos cultivar hábitos saudáveis e piedosos em primeiro lugar para glória de Deus.
Shannon McCoy em seu texto Auxilio para pessoas que comem demais pontua bem a questão da motivação como chave para a correção permanente de maus hábitos:
“Podemos desejar mudar os nossos maus hábitos alimentares porque são constrangedores, frustrantes, prejudiciais à saúde, caros ou nos fazem sentir culpados. Contudo, entrar numa dieta para perder aqueles quilos indesejados porque o encontro com o pessoal do colégio está chegando, tem um casamento para ir ou apenas para ganhar atenção não tem o poder de transformar escravos em homens e mulheres livres. Razões externas, temporárias, não nos motivarão a parar de comer por muito tempo. O nosso problema com a glutonaria não é simplesmente um problema com a comida. É um problema de orientação de vida e quando vivemos com a orientação errada – orientação de curto prazo, transitória – nunca conheceremos a satisfação, realização e a paz que estamos buscando.”
Devemos sim e temos a responsabilidade diante do Senhor de cuidar do nosso corpo através de hábitos saudáveis, mas devemos fazer isso não porque estamos nos sentindo fora do padrão de beleza imposto pela sociedade. Precisamos nos esforçar por aprender hábitos saudáveis a fim de glorificar e adorar a Deus com nosso corpo.
A chave para ter liberdade e alegria nessa área da vida é submetê-la à verdade divina. Encarar de frente nossas motivações e entender o que Deus realmente requer e espera de nós. Mas que um corpo magrinho livre de qualquer gordura, Ele requer de nós um coração saudável, livre de pecados.
O caminho para mudanças consistentes de hábitos é mudar nossas convicções e motivações. Encarar a questão do nosso peso como uma questão de adoração a Deus muda nossa perspectiva e nos ajuda, com o auxílio do Espírito Santo, a mudar o que está errado em nossos hábitos e em nossos pensamentos.
É preciso que aprendamos a fazer tudo por causa de Deus. Nosso cuidado com o corpo, nossos hábitos alimentares, o que comemos, o quanto comemos, como comemos - tudo deve ser motivado pelo desejo de agradar a Deus. Se a motivação for essa, tudo o mais entra nos eixos.
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. 1 Coríntios 10:31
Colocar o cuidado com o nosso corpo na perspectiva correta gera disciplina piedosa, contentamento e liberdade para desfrutar da vida que Deus tem para nós e para agradar e receber a aprovação de Deus.
Um abraço de quem luta pra manter o foco correto na hora de cuidar do corpo e da aparência - a glória de Deus,
Renata Veras
Publicado originalmente em 28/11/14, 09:17
"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus." 1 Coríntios 10:31 "...