vida cristã
Consumismo - O Pecado Feminino Tolerado
É engraçado como alguns pecados se naturalizaram e se tornaram parte do estereótipo feminino. O consumismo é um deles.
Ninguém em pleno exercício de suas faculdades mentais admitiria publicamente com um sorrisinho amarelo que é mentiroso. Com o consumismo é diferente. Algumas mulheres comentam com relativo orgulho que não sabem viver sem consumir. Algumas mulheres até se gabam dessa sua ‘característica’ e de forma arrogante declaram ‘não bancar a simplesinha’.
Você se considera consumista? Proponho um teste rápido para saber se você padece deste mal.
1.Quantos dias você consegue passar sem fazer planos de compras?
2.Com que frequência você se pega vasculhando a internet a procura de coisas para comprar (muitas delas que você não tem a mínima necessidade)?
3.Quanto da sua felicidade você condiciona à aquisição de um determinado bem ou realização de algo (viagem, festa)?
4.Qual porcentagem da sua oração é dedicada para pedidos de coisas materiais?
5.Qual o seu nível de frustração ao sair de um shopping sem consumir nada?
Esse é um teste que não precisa de gabarito. Se você respondeu com sinceridade já sabe a sua condição.
Se você admite que luta com esse pecado e lida com ele em espírito de submissão à Palavra e dependência do Espírito Santo, creio que você já está no caminho certo.
Mas se você é daquelas que acha normal depender do consumo para ser feliz, mesmo correndo o risco de me tornar redundante tenho algo a lhe dizer:
Querida, consumismo é pecado. Consumismo é feio. Consumismo te faz mal.
As facilidades digitais fizeram aflorar os potenciais de consumo de todos nós. Para se sentir tentado a comprar algo não é preciso estar em um centro comercial. Basta ligar o celular ou levantar a tela do computador que temos vitrines internacionais piscando suas luzes neon à nossa frente. Uma enxurrada de tentações, despertando a concupiscência dos nossos olhos. Como se isso não fosse o bastante, ainda temos as ferramentas de buscas que, em segundos, nos trazem milhares de opções para realizarmos qualquer desejo tolo e despropositado que nos ocorra.
“Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.” 1 João 2:15-17
Conheço mulheres que parecem não fazer outra coisa a não ser gastar suas horas, dias, anos, existência chafurdando a internet a busca de coisas para comprar (tempo precioso que poderia ser bem melhor investido). Compradoras profissionais. E se não compram (por falta de dinheiro), não deixam de encher carrinhos imaginários em grandes sites como forma de autogratificação imaginária ou como forma de garantir psicologicamente que um dia todas aquelas coisas serão suas.
Vale frisar que o problema não está nas coisas, mas em como as encaramos. O Senhor abençoa com bens matérias aqueles a quem lhe apraz e dá a estes o prazer de desfrutar de riquezas segundo a Sua vontade. O problema surge quando nossos olhos são enfeitiçados e levados cativos ao que é passageiro. Quando permanecemos hipnotizados, consumidos pelo desejo de ter, incapazes de enxergar qualquer coisa além do que o que se pode adquirir. A tragédia se realiza quando somos completamente neutralizados pelo consumo.
A triste realidade do consumismo é que ele consome quem o possui. Sim, você nunca estará satisfeita. Você sempre irá querer mais. E tudo nunca será o bastante.
Assim como qualquer coisa, o consumo pode se transformar em um ídolo do nosso coração. Assim como qualquer ídolo, o consumismo toma do lugar de Deus, nos escraviza e rouba nossa alegria de viver. O nosso foco deixa de estar em Cristo e passa a estar na transitoriedade natural das coisas materiais. Nosso alvo deixa de ser viver a vida à luz da eternidade, deixa de ser realizar a vontade do Pai e passa a ser o desfrute temporário do agora.
Fugir do consumismo não é apenas uma questão de evitar ir ao shopping ou de deixar o cartão de crédito na gaveta do criado mudo. É uma questão de mudança de mentalidade e de transformação do coração.
Quer você seja uma pessoa que consome porque tem dinheiro, quer seja uma pessoa que deseja consumir e para isso se endivida ou, ainda, alguém que simplesmente vive em preocupações e ansiedades por conta do que gostaria de ter e não tem, é necessário examinar o coração e praticar o princípio do despojar/revestir.
“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Efésios 4:22-24
Algumas perguntas importantes para o processo do despojar são:
Por que tenho tanta necessidade de adquirir coisas?
Por que os bens materiais são tão importantes para o meu coração?
Que tipo de preocupação meu comportamento revela?
Onde está o meu coração?
A Bíblia fala que onde estiver o nosso tesouro, alí estará também o nosso coração.
"Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” Mateus 6:19-21
Para o processo de revestir, seguem outras perguntas que podem ajudar:
Minha preocupação com o consumo tem tomado quanto do tempo que poderia ser investido em outra coisa?
O que, de maior valor para Deus, eu devo buscar no lugar de gastar horas me preocupando com o que quero possuir?
Creio que entender a nossa condição nesse mundo muda radicalmente a nossa perspectiva com relação ao consumo.
Nossa condição é de forasteiros e peregrinos. Somos pessoas de passagem, mas que não vieram à passeio. Pessoas que visam uma pátria celeste, que não condicionam ou resumem sua felicidade pela quantidade de bens que possui. Pessoas que tem uma missão muito mais nobre e importante do que acumular e usufruir.
“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” I Pedro 2:11
Por fim, nada melhor que as palavras de advertência do próprio Cristo:
"Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens". Lucas 12:15
Um abraço fraternal,
Renata Veras.
2 comentários
Como me despertou e edificou este texto! Sinto-me confrontada, e isso é bom. O cuidado de Deus conosco é algo lindo. Obrigada por se deixar usar! (Verônica Ignacio)
ResponderExcluirIncrivel como o consumismo é perigoso ...e aos poucos nos afasta de Deus
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