Continuando a nossa série que desmistifica certos preconceitos à respeito da domesticidade, veremos mais uma vez o que não significa ser dona de casa.

1. Ser dona de casa não sigifica que todo o trabalho doméstico é obrigação exclusiva da mulher (clique aqui)
2. Ser dona de casa não significa eu a mulher deve ficar 24h dentro de casa. (clique aqui)
3. Ser dona de casa não significa ser desambicionada e intelectualmente limitada.
4. Ser dona de casa não significa ser improdutiva e inútil pra sociedade
5. Ser dona de casa não significa licença para vida mansa

Vamos para o número 3?

Quando pensamos em uma dona de casa nos vem à mente ou uma mulher dos tempos antigos (o que de certa forma entendemos e admitimos) ou uma jovem mulher desambicionada, improdutiva e intelectualmente limitada.

Sobre isso gostaria de falar duas coisas. Em primeiro lugar, estar em casa e decidir se dedicar integralmente ao lar e à família de maneira alguma implica em falta de ambição, talento, capacidade ou de condições para fazer qualquer outra coisa ‘melhor’. Em segundo lugar, se você conhece ou é uma dona de casa que vive de maneira desambicionada e desinteressada ou que acha que o seu trabalho doméstico é inútil ou irrelevante, o seu problema muito provavelmente não está no fato de você estar em casa, mas no seu coração, na sua perspectiva de vida, na sua cosmovisão.

Deus criou a mulher com capacidades extraordinárias (assim como criou o homem). A dotou de intelecto, capacidade, vontade de ser produtiva e útil. De fato, Deus a criou assim com um propósito específico. Homem e mulher receberam de Deus o mandato cultural, a ordem de usar seus dons e talentos para o bem do mundo em que vivem e para a sua glória (Gn 2:26-28). (veja mais sobre isso aqui)

A questão é que a mulher que busca saber a vontade do Senhor entende também que dentro do mandato cultural, destaca-se para a mulher sua missão como esposa e mãe. Aquelas a quem Deus concedeu a possibilidade de desempenhar tais papéis devem entender o caráter prioritário de cada um deles. E isso inclui deixar algumas coisas que em outros tempos foram importantes, mas que agora não são tão prioritários.

Respondendo à pergunta de uma leitora sobre a validade de estudar e ter uma formação se o objetivo é casar e ter filhos creio que enquanto o tempo do casamento e da maternidade não chegam devemos remir o tempo, desenvolver nossos talentos e aproveitar as oportunidades que Deus nos dá HOJE. Afinal, apesar de termos desejos e de fazermos planos, não sabemos o que Deus reserva para nós. Se temos a oportunidade de estudar, nos preparar, devemos fazer isso tendo em mente que nosso alvo primeiro é glorificar a Deus e servi-lo da melhor forma através de nosso serviço. Não sabemos se Deus nos dará um casamento ou se no casamento nos dará filhos. Mesmo que Deus tenha nos dado filhos, eles não estarão sob os nossos cuidados para sempre. Há tempo para tudo, bem como o tempo em que poderemos exercer cada um dos nossos dons e talentos. Existem diversas maneiras de exercer uma profissão sem que o lar e os filhos sejam deixados em segundo plano. O princípio maior deve ser o de fazer o que você crê que Deus espera de você, aproveitando as oportunidades. Nenhuma formação é inútil e desnecessária, apesar de algumas serem mais úteis que outras.

Quando o casamento vier (se Deus assim desejar) e quando os filhos chegarem (se Deus assim permitir), deixar qualquer coisa de lado para dar prioridade ao que Deus considera prioritário não significa falta de ambição ou de alternativa, mas a melhor decisão que a mulher pode fazer.

Parar tudo para se dedicar integralmente ao que Deus considera mais importante não significa que você seja uma mulher de segunda categoria em qualquer dos aspectos destacados anteriormente, mas uma mulher sábia de edifica sua casa (Provérbios 14:1)

Muito pelo contrário. A decisão de me dedicar integralmente ao meu lar, marido e filhas tem me rendido oportunidades criativas e intelectuais que certamente eu não teria se precissasse trabalhar fora 8 horas por dia. Eu realmente lamento e me compadeço por aquelas mães que desejam se dedicar integralmente ao lar mas que realmente não podem por questões adversas, fruto da realidade decorrente da queda. Lamento igualmente por aquelas que usam o tempo que possuem em seu lar de maneira que não é digna daquilo que Deus planejou para ela.

Devemos buscar orientação de Deus para que nos conduza sobre o que fazer a fim de estarmos preparadas e sermos encontradas como servas boas e fiéis, que aproveitam bem o seu tempo, que desenvolvem os dons e talentos recebidos, que não dão lugar à preguiça e que, além de tudo isso, não invertem as prioridades, mas lembram sempre de colocar o que é mais importante em primeiro lugar.

Abraço carinhoso,
Renata Veras.