[MATERNIDADE SEM APUROS] Bullying - como ajudar nossos filhos que sofrem na escola de acordo com as Escrituras.


Atendendo a pedidos de algumas leitoras queridas, cá estou para escrever um pouco sobre bullying. Confesso que apesar de já ter precisado conversar com Valentina sobre como ela deveria lidar com coleguinhas que ‘implicavam’ e ‘pegavam no seu pé’, nunca tinha parado para pensar em profundidade sobre o assunto e colocar no papel, de forma organizada, o que creio ser necessário para encarar a questão de forma cristocêntrica - mesmo sendo esse um assunto estreitamente relacionado à minha área de formação: teologia, educação cristã, pedagogia e psicopedagogia.

Longe de querer ser exaustiva sobre o assunto ou ainda tratar de questões técnicas relacionadas ao tema (coisa que você facilmente encontra em artigos disponíveis até mesmo na internet), quero antes trazer algumas considerações pertinentes baseadas na Palavra de Deus que podem ajudar a nós, mães cristãs, a lidar de forma bíblica com essa questão e a orientar seus filhos de acordo com as Escrituras.

E o que é bullying?

Não podemos fugir de uma definição breve sobre bullying.
Em linhas gerais, bullying é um tipo de violência ou agressão que pode ser física, psicológica ou moral que acontece de maneira contínua, sistemática causando sofrimento e intimidação naquele que é vítima. Apesar de poder acontecer em ambientes os mais variados, a escola é um dos ambientes em que o bullying é mais comum.

Por essa mesma razão é impossível falar sobre bullying sem falar sobre ambiente escolar, sobre a relação dos pais cristãos com a escola e da nossa responsabilidade pela educação dos nossos filhos.

Não pretendo entrar aqui na questão tantas vezes debatida que envolve a disputa homeschooling versus educação formal. Uma vez que me proponho a falar sobre bullying, fica claro que me dirijo àquelas mães e pais que escolheram se valer das escolas formais como ferramentas para educação dos seus filhos assim como eu.

Dessa forma, traço algumas considerações fundamentais que penso serem pertinentes e indispensáveis na hora de lidar com filhos que sofrem bullying na escola.


1. É preciso assumir a nossa responsabilidade pela educação dos nossos filhos.

Creio sim ser possível fazer uso das escolas formais desde que tenhamos claro na mente que a autoridade final e os responsáveis pela formação humana, moral, de valores dos nossos filhos somos nós, os pais e não a escola.

É importante entender que se resolvemos nos valer das escolas formais precisamos lembrar que elas são ferramentas para nos ajudar na educação intelectual, curricular dos nossos filhos. Educação espiritual, de valores não é atribuição da escola, mas nossa.

Temos a tendência de transferir a responsabilidade que é nossa para terceiros. Tendemos a transferir, por exemplo, a educação espiritual de nossos pequenos para a igreja e a educação de valores para a escola.

A escola é apenas uma ferramenta e deve ser escolhida e utilizada como tal.

2. É preciso estar atento e ser sensível.

Se eu me utilizo da escola, preciso estar atento e assumir a responsabilidade pelo que acontece com meus filhos dentro do ambiente escolar.

- É preciso estar atento aos valores que são passados para nossos filhos. Precisamos lembrar que nenhuma educação é neutra. Toda forma de educar carrega uma forma própria de entender o ser humano e as suas necessidades.

- É preciso estar atento ao que acontece no longo período que nossos filhos filhos ficam aos cuidados de outros. Alguns filhos passam mais tempo (acordado) dentro da escola convivendo com coleguinhas e professores do que com os pais e com a família. É preciso que estejamos cientes do que acontece naquelas horas que nossos pequenos estão longe de nós, aos cuidados de outros.

Por esse motivo é necessária uma boa dose de sensibilidade e de conversa para perceber se algo não caminha muito bem.

Precisamos estar atentos a alguns sinais como:
- mudança de humor e comportamento
- agressividade
- desejo de não ir a escola
- alteração no sono

Uma vez que se confirme que nossos filhos são vítimas de bullying, as Escrituras também nos ajudam a agir de maneira a demonstrar zelo pelos nossos filhos de maneira que agrade a Deus.

3. Precisamos ser firmes.

Se algo de prejudicial acontece dentro da escola você deve procurar os responsáveis pela escola. Esse pode ser um conselho um tanto óbvio, mas se você for como eu vai preferir tratar da questão em casa, entre você e seu filho evitando o confronto com pais professores ou diretores.

É preciso ter em mente que se omitir de chegar até a escola é tirar a oportunidade de que a criança que pratica o bullying seja corrigida e educada e que faça outras vítimas além de seu filho.

É preciso lembrar também que não somos reféns da escola e que a palavra final sempre será nossa, inclusive a decisão de mudar de instituição de ensino. Não podemos expor desnecessariamente nossos filhos a situações de violência e agressão.

4. Precisamos ser mansas.

Por outro lado, para as mães mais ferozes, é preciso lembrar de cuidar da postura e do coração na hora de tratar com a escola. É preciso ser mansa e dar bom testemunho. Lembrar que crianças são pecadoras e precisam de ajuda e correção. Que do outro lado pode haver uma mãe como você.

A intenção do coração deve ser sempre a educação dos nossos filhos e daqueles que convivem com eles no ambiente escolar.

5. Precisamos ensinar nossos filhos a se protegerem.

Nessa questão aparece uma questão delicada que divide opiniões entre aqueles que se dedicam a estudar as Escrituras. Até que ponto eu posso ensinar meu filho ou minha filha a se defender? A dúvida nasce principalmente por causa das palavras de Cristo em Mateus 5:38-42 que são entendidas por alguns como um chamado para uma postura de pacifismo a todo custo.

É preciso entender as palavras de Cristo à luz do contexto em que foram proferidas e do ensino completo das Escrituras. Ao mesmo tempo que Cristo fala especificamente nesse texto contra a vingança, outros textos das Escrituras como Levítico 19:16-18 e Êxodo 22:2-3 nos mostram o direito e até mesmo o dever de nos proteger.

Preparar nossos filhos para estarem prontos a se defenderem é principalmente importante quando pensamos na violência crescente dos nossos tempos e em quanto nossas meninas podem estar vulneráveis a agressões e abusos de toda sorte. Ensinar as nossas crianças a buscar ajuda, a fugir é algo indispensável.

6. Precisamos ensinar nossos filhos a serem mansos.


E é aqui que as palavras de Cristo se encaixam e nos desafiam na hora de orientar nossos filhos que sofrem agressões e perseguições.

Ao mesmo tempo que podemos e devemos ensinar os nossos filhos a serem capazes de se defenderem de injustiças (até fisicamente, em casos extremos), precisamos ter cuidado com a linha tênue entre autodefesa e desejo de vingança, de revide, de violência.

Precisamos ter cuidado para não confundir autodefesa com vingança, com premeditação, com amargura, com maquinação, com prazer na violência. Ensinar nossos filhos a se defenderem é diferente de ensinar a serem violentos e briguentos. Devemos ensina-los a serem pacificadores sempre que possível e a evitar conflitos. Devemos conduzir nossos filhos para que sejam mansos.

Ser manso não é o mesmo que ser molenga, fracote. A mansidão é uma qualidade que capacita alguém a controlar a força e aplicá-la corretamente.

Nem molengas nem valentões. Devemos orientar nossos pequenos a serem mansos, conscientes, capazes de se defenderem e de promoverem a paz.

7. Precisamos tratar o coração dos nossos filhos.

Situações de agressão e intimidação podem fazer nascer no coração dos nossos pequenos raízes de amargura, ódio, rancor, desânimo.

Precisamos conduzir nossos filhos e orientá-los a
- Não devolver mal com mal
- Não se vingar
- Não guardar rancor
- Não se amargurar

Pelo contrário, devemos ensiná-los a amarem os inimigos e orarem pelos que os perseguem. Mateus 5:43,44
Devemos ensiná-los a recorrerem a Deus e esperarem por ele. Romanos 12:17-21.

8. Precisamos apontar para Cristo.

É preciso lembrar que, como cristãos, sofreremos perseguições e nossos filhos que se identificam como cristãos desde pequenos poderão sofrer também por causa da sua fé.

Até as circunstâncias difíceis podem ser usadas para apontar para Cristo como nosso exemplo máximo.

Devemos aproveitar tais oportunidades para ensinar sobre o nosso chamado, para ensiná-los a não se envergonharem e a serem firmes com relação à sua fé – desde pequenos. E não duvide da capacidade de uma criança de testemunhar de sua fé!


9. Precisamos ensinar sobre a graça

Não é fácil ver nossos pequenos sofrendo na escola, mas devemos lembrar que até os sofrimentos servem para nos fazer olhar para Deus. Até as circunstâncias mais difíceis servem para nos ensinar e nos ajudar a ensinar aos nossos filhos a dependerem e confiarem em Deus. Nessa hora podemos recorrer à graça suficiente de Cristo para tranquilizar nosso coração, para nos dar a perspectiva certa e para nos dar força para escolher a maneira certa de agir.

Podemos aproveitar todas as oportunidades para aprender e ensinar sobre a graça do nosso Deus. Graça essa que é suficiente para nós pais e mães e também para nossos filhos.

Um abraço carinhoso,
Renata Veras

[RECURSOS] [DOWNLOAD]

Ah, e pensando em como fazer algo prático que me ajudasse a tratar sobre o assunto com as minhas pequenas, criei uma cartilha que explica direitinho o que é bullying e o que as Escrituras e o nosso Deus dizem disso. É algo simples, feito de maneira rápida.

Imagino que essa pode ser uma excelente ferramenta também para você, mamãe, professora de escolas formais ou da EBD. Por essa razão a cartilha ‘O que é bullying? E o que meu Deus pensa disso’ vai ficar aqui disponível para quem quiser fazer o download e imprimir.

Você pode imprimir em formato grande e usar para contar histórias para várias crianças ou fazer um livrinho para presentear.
Se você gostou da ideia, fez o download e foi abençoada com esse material, deixa um comentário aqui em baixo que eu vou amar saber!

Abraço carinhoso,
Renata Veras.

(Para fazer download da imagem clique sobre ela, espere abrir e depois clique com o botão direito. Selecione a opção salvar como.)







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