Esse é só mais um texto sobre o ídolo do romance que escrevi meses atrás e achei perdido nas notas do meu celular justo, hoje, na véspera de Valentine’s Day e, por isso, resolvi postar. É sobre a vexatória história de Raquel escondendo aqueles ídolos domésticos debaixo da saia. Essa história sempre me faz pensar que a gente não apenas tem uma enorme criatividade para inventar ídolos, mas também uma criatividade medonha para tentar esconde-los, disfarça-los.
Embora não seja tão difícil descobrir se escondemos algum ídolo debaixo da saia (basta perguntar a si mesma o que eu quero com tanta força a ponto de até pecar para conseguir), é muito difícil admitir que eles estão lá. E creio ser uma grande benção e uma demonstração da graça divina quando Deus expõe nossos ídolos, nos dando a oportunidade de jogá-los fora.
Vou confessar um dos ídolos que descobri em mim, ou melhor, que Deus me deu a graça de tirar de debaixo da saia, depois de muito tempo. Um ídolo que me causou muitos problemas e que, mesmo retirado do altar do meu coração, vez por outra insiste em querer voltar.
Sim, um dos ídolos que mais tomou espaço no altar do meu coração e mais me causou problemas por esse mesmo motivo foi o ídolo do romance. Por muito tempo não admiti que o meu desejo por viver um grande amor fosse algo ruim, pecaminoso, um ídolo para mim. Afinal, o que há de errado nisso? Deus criou homem e mulher. Deus mesmo disse que não era bom estar sozinho. Tem um livro na Bíblia só sobre romance!
O problema é que junto com essa ideia de que Deus nos criou para encontrar alguém vem a ideia pecaminosa de que isso é o alvo ou a coisa mais importante da vida, sem a qual não seremos felizes, completas e satisfeitas. De que isso é algo pelo qual devo abrir mão de tudo e de todos para conseguir, inclusive da minha fé e do meu Deus se isso for necessário.
Sim, o romance pode ser uma coisa legítima, mas pode se transformar num ídolo muito facilmente. E é essa ideia idólatra que tem feito tantas jovens se aventurarem em terrenos perigosos e tantas mulheres pularem de casamento em casamento.... em nome do ‘amor’, do ‘direito de ser feliz’.
Por muito tempo eu não admiti que meu desejo por romance era algo ruim, até Deus me mostrar o quanto esse desejo me escravizava, sugava minha alegria e me fazia trilhar por caminhos perigosíssimos! Vc não tem ideia dos caminhos tortuosos e dos perigos que corri seguindo cegamente o aroma doce do deus do romance.
Mas Deus odeia os ídolos! E se somos suas filhas, Ele nos ama. E pq Ele ama a si mesmo e tb a nós, ele não deixará que dividamos o altar do nosso coração com mais ninguém. Ele fará questão de quebrar em pedacinhos cada um dos ídolos que criarmos - e foi isso que Ele fez comigo.
Dia desses estava conversando com uma amiga justamente sobre isso. Nos surpreendemos com o fato de que possivelmente tivéssemos o mesmo ídolo. E embora nossas histórias fossem completamente diferentes, podíamos ver a mão de Deus nos ensinando a não adorar ou condicionar nossa alegria a nada além dele mesmo. Embora eu estivesse prestes a completar 16 anos de casada e ela continuasse solteira, o ídolo era o mesmo, só a forma que Deus resolver usar para tratar o problema era que era diferente.
Enquanto Deus tratou de cuidar do ídolo do romance no coração da minha amiga demorando a dar a ela o casamento que ela tanto sonhava, Deus tratou do meu justamente me dando um casamento, mas um casamento bem diferente do que eu imaginava.
Deus cuidou de tratar desse ídolo no meu coração me dando um casamento onde o romance absolutamente não existe. Existe amor, compromisso, parceria, cumplicidade, transparência, amizade. Mas romance não ( pelo menos ainda não, mas ainda tenho esperanças... pq eu sou brasileira e não desisto nunca! )
Como disse, viver um grande amor e experimentar todas as emoções de um grande romance sempre foi o meu sonho de menina. Ironicamente (ou terapeuticamente) Deus me deu um marido completamente não romântico em todos os sentidos possíveis e imagináveis da palavra. E como eu fui acabar em um casamento assim sendo tão romântica? Só posso dizer que a mão de Deus que me colocou voluntariamente ali.
E foi exatamente assim que descobri esse tal ídolo. Por causa dele pensei em desistir do meu casamento muitas vezes. E não foram poucas as vezes que me foi oferecido o que eu tanto desejava. E foi por meio disso que Deus provou a minha fé, me questionando até onde eu iria e o que eu estava disposta a fazer e a abrir mão pelo que eu tanto queria. Deus estava me provando, mostrando a mim mesma quem eu era, me fazendo tirar aqueles ídolos que eu insistia em esconder debaixo da saia e que Ele mesmo já sabia que estavam lá, me ensinando a adorar e a encontrar a plena satisfação somente nEle.
O propósito da nossa vida não é encontrar um grande amor, mas amar a Deus e amar ao próximo como Cristo amou. O propósito da nosso vida não é buscar a felicidade a todo custo, mas buscar o Reino de Deus em primeiro lugar - e todas as outras coisas que são realmente importantes e necessárias nos serão acrescentadas de acordo com a vontade boa, agradável e perfeita do nosso Pai que está nos céus.
Quanto a você, conversa com Deus e examina com sinceridade se o ídolo cor-de-rosa do romance não está escondido em algum lugarzinho aí, debaixo da saia ou em algum cantinho do seu coração.
Esse é só mais um texto sobre o ídolo do romance que escrevi meses atrás e achei perdido nas notas do meu celular justo, hoje, na véspera d...